segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL

Agradeço
a cada um de vós
que por aqui passou.

Que Deus vos abençõe
por cada abraço ou beijo
aqui registrado.

Que você receba em dobro
o carinho que distribuíste
e que em 2010
possamos nos reencontrar
nesse mundo virtual.

Obrigada.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

'Se as minhas mãos pudessem desfolhar'

Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!

Federico Garcia Lorca

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Por Amor

Destruam todas as prisões
Juizes deixem os tribunais
Soltem todos os marginais
Não haja na carne punições

Declarem em alta voz:
- Sim, libertaram a fera
Que ecoe por toda a terra
Hoje eu sou o Barrabás

Não. Não há engano
A consciência goteja
O fel que fere a alma
Como uma ampulheta
Lenta, lenta, lenta

Mas, há de chegar o dia
Que dormiremos em paz
E até, quem sabe?
Entrelaçados um no outro
Sem culpas. Só por amor.


30/11/09

sábado, 5 de dezembro de 2009

Fênix

No coração, não trancarei as janelas
apenas decerrarei as cortinas
em luto pelo derradeiro encanto
não calarei a dor
não negarei o que foi
não suspirarei pelos talvez
apenas derramarei meu prato.

Tal qual a águia que dilacera
o bico contra as rochas
arrancarei você de mim
aos poucos, mas sem piedade
até poder alçar um novo voo
rumo a felicidade

Pois meu nome é amor
e meu sobrenome Paixão


30/08/09

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Engano

Descuidei
Da porta
E permiti
Que entrassem
Senti a brisa
E eras tsuname
Que arranca
Os telhados
Invade
Os porões
E Mancha
As paredes
Da memória
De vermelho

Sem enganos?
Foste convidado?
Por quê
Pisoteaste
A relva verde?
Descoloriste
O arcoíris?

Dos escombros
Resta o
Reerguer
Dos sonhos
E o aprender
A Não
Brincar
com o
vento

Por segurança
Em cada porta
Há de se colocar
Um sentinela


29/11/09

sábado, 28 de novembro de 2009

Perdão

O que fere você
Sangra em mim
Como a foice
Que dilacera a carne
Comprime o peito
E sufoca
O que foi dito
O que foi feito
Vaza
Da minha mente
Machucando
Minha alma
O perdão
Que me dará vida
Sairá de ti
Se quiseres

28/11/09

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Estranho





Traíste a ti mesmo.
Naquele instante
tudo em ti
era amor.
Senti que me querias.
Mesmo quando
desconversou
e engoliste
o que não foi dito.
Me deixaste muda
vazia
enquanto te via
sair da minha vida
assim como entraste:
inesperadamente.

nov/2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Metáfora

O tempo passa
daqui
te observo
no horizonte

À luz do dia
crio fantasias
que se perdem
no tempo

Vem a tarde
cai a noite
raia
um novo dia

O barco
não se aproxima
Não sei nadar
Escurece

Se fecho os olhos
te vejo em mim

Mesmo que não venhas
Ou que surja outro barco
Transccenderemos o tempo

18/11/09

domingo, 15 de novembro de 2009

Vento.







O vento me ergue a saia.

Minhas mãos, em vão, tentam segurá-la.

Alguém passa.

O vento me traz o teu cheiro.

Os cabelos me cobrem o rosto.

Escondem o vermelho das faces.

Sorrio!


28/08/08
foto: www.images.google.com.br

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Eu e você

Quando silencio
e aquieto o mundo a volta
ouço sua voz e seu riso.

Se calo a razão
te sinto em mim
teus braços, teu beijo.

Não há principio ou fim
onde eu termino, começa você.
Somos um.
Ou mais que isso.


12/11/09

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Culinária no Amor

Plagiando famosos "Chef de cozinha" que dizem que "O certo é sair da mesa com fome" eu diria que o mesmo acontece no Amor.
Então, antes que as mágoas, as cobranças ou o ciúmes te levem a uma aneroxia do outro, saiba sair de um relacionamento ainda com fome de amor....
Admiro quem consegue ser comedido diante de um relacionamento, que se satisfaz com pequenas porções, e não consegue entender por que o outro quer sempre mais.
Ele até ouve pacientemente a receita do outro, faz que entende o cardápio alheio, mas, no fundo ele segue na sua dieta.
Adora pratos feitos. Aqueles que fazem questão de dividir e participar, nesse caso, vão se sentir frustados. Vão insistir para que o outro experimente, mude, compartilhe. Não é preciso que ambos gostem das mesmas coisas, nem que o outro deixe de saborear o que gosta, mas, garanto que ceder nas pequenas coisas pode lhe trazer um prazer maior e, com certeza, não lhe acarretará ganho de peso. Quando sentir saudades, demonstre que ficou com água na boca. Que tal passar aquele torpedo? Faça uma ligação rápida. Mande um e-mail.
Caia de boca no Amor. O mínimo de atenção no atender e satisfazer o outro pode salvar uma refeição e o resto.... é só queimar calorias juntos. Agora, se você não gosta de cozinhar e nem aprecia um bom prato, ou acha que atender a um pedido é ceder as infantilidades do outro sugiro que visite o blog "Mulher e Cia" e leia algumas linhas postadas lá.
O texto foi inspirado em uma amiga abandonada na porta do restaurante da vida.
Ele serve pra mim hoje. Será que serve pra você?

Nosso Amor




Se NOSSO AMOR está fadado á morte.

Não lamentemos o provável,

nem o irrecuperável


Não há culpados!

Que NOSSO amor morra em paz!


Sigamos com os funerais.

Vistamos nossos corações de luto.

Pranteemos...

Até que o NOSSO se transfigure em APENAS.

E volte a entrar na nossa carne como AMOR.


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 29/08/08

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Perda

Quando

o medo

de perder

é maior

que o riso

Talvez

seja hora

de dar

linha a pipa

se aquietar

no silêncio

e esperar

Que o vento

leve o que tem que ir



22/10/09

sábado, 17 de outubro de 2009

Nada sei.


Pensei que soubesse algo sobre o amor,
Ergui bandeiras contra a posse, o ciúmes e a dor.
Sonhei com amores impossíveis, sem fim.
Deles, só restou um espaço no peito. Um oco.

Saí em busca dos poetas.
Mas, ainda não sei se os lindos poemas que leio
são verdades ou só doces palavras rimadas.
Emociono-me. As vezes choro. Mas falta a presença.
Sei lá. São idas e vindas, tristes ausências.
Carências que gritam em mim. Ninguém ouve. Me calo.

Então, o que sei do amor?
Eu sei de mim. Talvez.
Não há regras, nem teorias.
Perfeição? Ledo engano.
Não existem estradas seguras.
Sempre é a primeira vez.

Gostaria de falar sobre nós. Mas o nós não existe.
Dou tempo ao tempo, que vai de sol a sol no horizonte.
Se vou ou se vens, nada sei. Espero. Com medo de sonhar.
Fecho brechas para que o encantamento de amar não me escape.

Acredite.
Quando me olho, vejo você.
Se calo, o pensamento voa.
Se me afasto, te levo comigo
Sim, meu coração te chama
Quando te ouço, cedo, me entrego.
Sou outra.....Ou não.
Sou sua.
Se és meu, você o sabe.
Mas não serei injusta:
Que fale de amor
Quem não for fingidor







Etelvina
17/10/09

sábado, 10 de outubro de 2009

Solidão



É não ser vista
Preconceito
Indiferença
Desamor


Etelvina de Oliveira
10/10/09

sábado, 3 de outubro de 2009

Apocalipse.


Apaguem os astros do céu
Pintem de cinza o arco-íris
Que o mar recolha seus braços
Abram-se sulcos no chão
E as flores se fechem em botão

Faça-se silêncio
Calem o vento e as aves
Não se ouça vãs confissões

Ninguém se mova
Barcos, fiquem a deriva!
Aeronaves, não voem!

Que cada ser transpire emoção
Até que vaze de si a ira, o ódio e o rancor
Olhem-se nos olhos
Descubram o AMOR
plantado em ti pelo Pai.

03/10/09
Etelvina de Oliveira

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Incerto


O medo avizinha

Sou vulcão e lava seca

Sou riacho e mar bravio

Sou metade

Sou dúvida


Um muro invisível nos separa


Não há nexo, só escolhas
*
*

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Vou te amar.


Vou soltar as amarras

Desatar os laços

Cortar a âncora

Sair da margem

Vou arriscar-me no mar aberto do desconhecido

E finalmente

Encontrar teus braços


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 25/08/08

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Meu amor.


Meu coração fechou-se em concha

Para guardar tua imagem na janela.................. agora vazia

Para reter o doce das palavras ditas................ agora vazias

Para preservar os momentos........................... agora vazios

Para acreditar no sonho................................. agora vazio

Para que não vazes de mim gota a gota


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 05/11/08

A minha vida é um barco abandonado.

A minha vida é um barco abandonado
Infiel, no ermo porto, ao seu destino.
Por que não ergue ferro e segue o atino
De navegar, casado com o seu fado ?

Ah! falta quem o lance ao mar, e alado
Torne seu vulto em velas; peregrino
Frescor de afastamento, no divino
Amplexo da manhã, puro e salgado.

Morto corpo da ação sem vontade
Que o viva, vulto estéril de viver,
Boiando à tona inútil da saudade.

Os limos esverdeiam tua quilha,
O vento embala-te sem te mover,
E é para além do mar a ansiada Ilha.


Fernando Pessoa

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Saudade


Saudade
É uma dor
Que vem.....
Machuca.
Se acomoda.
E.....
passa.


Etelvina de Oliveira
Publicada no Recanto das Letras

domingo, 13 de setembro de 2009

Segredo.

Esta noite morri muitas vezes, à espera
de um sonho que viesse de repente
e às escuras dançasse com a minha alma
enquanto fosses tu a conduzir
o seu ritmo assombrado nas trevas do corpo,
toda a espiral das horas que se erguessem
no poço dos sentidos.

Quem és tu,
promessa imaginária que me ensina
a decifrar as intenções do vento,
a música da chuva nas janelas
sob o frio de fevereiro?

O amor
ofereceu-me o teu rosto absoluto,
projectou os teus olhos no meu céu
e segreda-me agora uma palavra:
o teu nome - essa última fala da última
estrela quase a morrer
pouco a pouco embebida no meu próprio sangue
e o meu sangue à procura do teu coração.


Fernando Pinto do Amaral


(Lisboa, 12 de Maio de 1960) é um poeta, crítico literário e professor universitário português.

Filho da popular actriz dos anos 40, Maria Eugénia. Frequentou a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, desistindo a meio do curso para optar pelas Letras.

É, desde 1987, professor do Departamento de Literaturas Românicas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Colaborou em revistas como Ler, A Phala, Colóquio/Letras e o jornal Público.

Traduziu As Flores do Mal, de Baudelaire, que lhe valeu o Prémio do Pen Club e o Prémio da Associação Portuguesa de Tradutores, e Poemas Saturnianos de Verlaine. Traduziu ainda toda a poesia do argentino Jorge Luís Borges.

Página web: http://www.criticaliteraria.com/Fernando-Pinto-Amaral

sábado, 12 de setembro de 2009

Castelos de areia.


Num dia qualquer de verão, sem vento, resolvi construir um castelo na praia do meu coração. Sem o velho traquejo, mas com uma colher, um copo de água e um projeto.
Juntei a areia que umedecia aos poucos, gota a gota. Moldei as partes com a colher de sobremesa.
Sem muita firmeza. Mas a cada novo cômodo o sonho se expandia.
Envolvida deixei de observar a tarde que caia.
Não tardou chegou a primeira brisa, trazida não sei de onde: do passado? Do além?
A areia, quase seca, deslizou aqui e ali. Tentei recolocar, mas as partes, ali em pé, não aderiram com a mesma firmeza.
Ficou um castelo meio assim: nem de princesa nem real.
A brisa virou vento que, de tempo em hora, vem causticando o meu projeto.
Hoje já nem sei se é só areia, mas na praia estão a colher e o copo.

Etelvina de Oliveira
foto: www.google.com.br
.
.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tempo














Há de se conter
o AMOR que escapa
entre os vãos
dos dedos
do tempo.



Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 23/06/09

domingo, 6 de setembro de 2009

Paixão


A PAIXÃO É TERRÍVEL:

coloca cadeado no nosso coração;
rouba o controle remoto das nossas emoções
e assume o controle de nós

FUJA DELA!

OU RENDA-SE.





Etelvina de Oliveira
Publicado no recanto das Letras em 01/09/08

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Beija-me!


Beija-me os lábios.
Na vigília da noite
penso em ti, ouço-te.

Beija-me a face.
Por amor a este amor,
toca-me em sonhos.

Beija-me as mãos.
E negue-me um sorriso
se de ti me esqueci.

Beija-me sem véus.
Sob os murmúrios do amor
tudo se diz no infinito.

Beija-me e te dou uma flor
para ser tua companhia
na solidão das noites frias.

Etelvina de Oliveira
Publicado no Recantos das Letras em 19/12/08





domingo, 30 de agosto de 2009

Sem medo de amar


Os poetas que me perdoem
Mas quero o fim dos amores platônicos
Que arrancam da alma os versos
E do coração lágrimas de sangue

Mesmo que calem os sofredores
Que não haja mais inspiração nem poesias
Que apaguem as estrelas
Que sumam com a Lua

Chega de palavras! Cesse o lirismo.
Deixe que o amor floresça!
Ouça canções melosas
Assista cenas de beijos na TV
Faça planos, sonhe, perca o chão

Admita a si mesmo que AMA
Não escreva! Não fuja! Assuma!
Corra atrás e fale:
EU TE AMO

E que seus olhos e atos confirmem
sem medo de ser feliz ou de sofrer
mas sendo inteiro, verdadeiro
e real

Etelvina de Oliveira
30/08/09

sábado, 29 de agosto de 2009

Só você


Eu queria saber o que dizer
Escolher as palavras certas
Queria a frase perfeita
Mas não sei os versos ou rimas
Não sou poeta

Só sei que adoro seu riso, seu siso
Estar contigo me faz
abrir as cortinas da vida
e aprender a amar

Etelvina de Oliveira
29/08/09

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Brasil = Brasilia amarela. Que Pum é esse?



por Etelvina de Oliveira

O primeiro carro do meu cunhado foi uma Brasília amarela. Velha de fazer dó, mas um coração de mãe.
Esperamos ele tomar posse do veículo, pegar pratica no volante e, aos poucos, demos um jeitinho de nos incluirmos no rol de convidados para passeios. Primeiro, meu marido e eu acomodávamos tranqüilamente entre meus dois sobrinhos. Depois, com mais confiança e liberdade, fomos incluindo outras pessoas nos nossos passeios. Um primo do meu marido, meu irmão e sua noiva e até um casal de amigos. Todos amontoados no banco de trás. Nossos fins de semana tornaram-se cheios de emoção. Quando o carro quebrava ninguém reclamava de empurrar, afinal todos compartilhavam do mesmo “pão”.
Claro que as leis de trânsito condenavam essa prática, mas quem ligava para isso?
Corríamos riscos. Uma vez, no aperto geral dos passageiros, esse primo do meu marido não conteve os gazes e quase matou todo mundo com o cheiro. Zangado, meu cunhado soltou vários palavrões e gritou: “Quem soltou um “pum” aí?”
Todo mundo riu, mas ninguém assumiu a culpa. Para não piorar as coisas, os que sabiam quem tinha sido ficou caladinho, quem desconfiava não arriscou nenhum palpíte e a viagem prosseguiu.
Pior que isso não aconteceu só uma vez, só que a partir daí ninguém mais ligava e meu cunhado se fazia de sego e só prestava a atenção no caminho. Com o tempo a Brasília amarela foi ficando tão acabada e cheia de multas que passou a ser um risco, não só para nós, passageiros, como para os outros veículos. Muito embora, naquela época, nenhum de nós ligasse muito para os outros à nossa volta. Conclusão: foi o fim da Brasília amarela.
Só então cada um foi obrigado a tomar um rumo e comprar seu próprio carro.
Talvez seja isso que precise acontecer lá no planalto, em Brasília. Terra de ninguém. País sem Leis. Casa dos arquivamentos. Território do “PUM” sem dono.
Mas que fede, isso fede.


Bom dia!







quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Amar não tem idade.

Quem não sonha com o amor eterno? Alma gêmea? Tampa da panela? Feitos um para o outro? Sei lá, dê o nome que você quiser.
Mas, confesse, você nunca pensou em um amor tipo "envenhecer de mãos dadas"? Morrer juntinhos? Estar junto pra sempre?
Muitos dizem ser impossível. Lenda? Folclóre?
Não sei. Mas, como todos os sonhos, esse amor é lindo e perfeito.
Outro dia, li no blog "Caldeirão da Bruxa" o meu sonho retratado em belissímas palavras. Não resisti e pedi para publicar um pequeno trecho, espero que vocês gostem. Esse é só um pedacinho do "rabo" da Pipa que sobrevoa meu coração.
Se você quiser conhecer os personagens dessa bela história visite o blog (http://caldeirao-da-bruxa.blogspot.com/).
Vale a pena, aquela bruxinha escreve muitoooooooooooo!!

beijos


"... O que eu gostaria?

Agora, quando penso nisso e penso nele ali sentado tomando sol... O que eu gostaria, de verdade, é um grande e arrebatador amor. Daqueles que me fizesse sentir o rosto ruborizar, a mão gelar, me fizesse gaguejar. Daqueles que me fizesse esquecer todos os horários e só me lembrasse que todos os meus horários são dele, ou meus... Daqueles que me fizesse lembrar o que é ser adolescente na expectativa do primeiro beijo. Daqueles que me fizesse jovem quando o beijo se transformasse em grande desejo. Daqueles que me fizesse na pessoa madura e desejasse passar o resto da minha vida a seu lado, mesmo que o resto da minha vida fosse poucos dias.

Na verdade, uma grande paixão.

Aquela paixão que nos faz sorrir de tudo e para tudo. Que nos faz sumir as rugas do rosto. Que nos faz sentir o ar como se fosse um elixir da juventude.

Certo... Chamariam isso de caduquice. ..."


BOM DIAAAAAA!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Tempo de calar


Nos dias de silêncio
as emoções se acomodam
e os pensamentos amadurecem


Nessas horas
nossa alma se recolhe
e busca do Divino a inspiração


Tempo de calar
é na verdade
tempo de ouvir o silêncio


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 10/10/2008

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Meu barco.





Estou a deriva.




Meu barco

sem rumo

procura em vão

os faróis

dos teus olhos.


Etelvina de Oliveira
Publicado no recanto das Letras em 13/10/2008

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

TE AMO


Mais uma vez o sol surgiu no horizonte
Eu sei que o mesmo sol cobre teu dia
Talvez mais quente, talvez mais límpido

O dia nasceu para nós dois.

Teus olhos se abrem para novas expectativas
Tua mão desliza no espaço vazio ao teu lado
Nos teus lábios surge um sorriso, mesmo sem querer

Pensas em mim?

Eu sim!

Quando deito, quando sonho, quando acordo
"E nem sonhava te amar desse jeito!"
Lembra dessa frase?
Pois é, você está longe
mas acordo te sentindo ao meu lado.

Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 03/12/2008

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Gosto quando me falas de ti...

Gosto quando me falas de ti...
e vou te percorrendo
e vou descortinando a tua vida
na paisagem sem nuvens,
cenário de meus desejos tranqüilos.

Gosto quando me falas de ti...
e então percebo
que antes mesmo de chegar, me adivinhavas,
que ninguém te tocou, senão o vento
que não deixa vestígios, e se vai
desfeito em carícias vãs...

Gosto quando me falas de ti...
quando aos poucos a luz
vasculha todos os cantos de sombra,
e eu só te encontro
e te reencontro em teus lábios, apenas pintados,
maduros,
mas nunca mordidos antes da minha audácia.

Gosto quando me falas de ti...
e muito mais adiantas
em teus olhos descampados, sem emboscadas,
e acenas a tua alma, sem dobras,
como um lençol distendido,
e descortino o teu destino, como um caminho certo,
cuja primeira curva
foi o nosso encontro.

Gosto quando me falas de ti...
porque percebo que te desnudas
como uma criança, sem maldade,
e que eu cheguei justamente para acordar tua vida
que se desenrola inútil como um novelo
que nos cai no chão...



( Poema de JG de Araujo Jorge do
livro "Quatro Damas" 1a ed. 1965 )



JOSÉ GUILHERME DE ARAUJO JORGE

Nasceu em 20 de maio de 1914, na Vila de Tarauacá, Estado do Acre. Filho de Salvador Augusto de Araújo Jorge e Zilda Tinoco de Araujo Jorge. Descendente, pelo lado paterno de tradicional família alagoana, os Araujo Jorge. Sobrinho do embaixador Artur Guimarães de Araujo Jorge, ( autor de inúmeras obras sobre Filosofia, História e Diplomacia), sobrinho neto de Adriano de Araujo Jorge , médico, escritor, grande orador, que foi Presidente perpétuo da Academia Amazonense de Letras, e do Prof. Afrânio de Araujo Jorge, fundador do Ginásio Alagoano, de Maceió. Descende pelo lado materno dos Tinocos, dos Caldas e dos Gonçalves, de Campos, Macaé, e S. Fidélis, Estado do Rio. Passou sua infância no Acre, em Rio Branco, onde fez o curso primário no Grupo Escolar, 7 de Setembro. No Rio , realizou o curso secundário nos Colégios Anglo-Americano e Pedro II Colaborou desde menino na imprensa estudantis. Foi fundador e presidente da Academia de Letras do Internato Pedro II, no velho casarão de S.Cristovão, consumido pelas chamas muitos anos depois. Data dessa época, ainda ginasiano, sua primeira colaboração na imprensa adulta: em 1931 viu publicado o seu poema "Ri Palhaço, Ri" no "Correio da Manhã", depois transcrito no "Almanaque Bertand" de 1932.Entretanto, este como outros trabalhos desse tempo, não foram incluídos em seus livros. Colaborou também no jornal " A Nação" ; nas revistas: " Carioca", "Vamos Ler", etc. Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil.Em 1932, No Externato Colégio Pedro II, em memorável certame, foi escolhido o " Príncipe dos Poetas", sendo saudado na festa por Coelho Neto, "Príncipe dos prosadores brasileiros" recebendo das mãos da poetisa Ana Amélia, Presidente da Casa do Estudante, como prêmio e homenagem, um livro ofertado por Adalberto Oliveira, então " Príncipe da Poesia Brasileira".Na Faculdade de Direito foi o fundador e o 1º Presidente da Academia de Letras, que teve como patrono Afrânio Peixoto, então professor de Medicina Legal.Foi locutor e redator de programas radiofônicos, atuando nas Rádios Nacional, Cruzeiro do Sul, Tupi e Eldorado. Em 1965, era professor de História e Literatura, do Colégio Pedro II.Orador oficial de entidades universitárias, (do CACO da União Democrática Estudantil, precursora da UNE, da Associação Universitária, etc), ainda estudante, venceu concursos de oratória. Em Coimbra recebeu no título de " estudante honorário" e fez Curso de Extensão Cultural na Universidade de Berlim. Com irrefreável vocação política, foi candidato a vários cargos públicos. Elegeu-se Deputado Federal em 1970 pela Guanabara, reelegendo-se já para o seu terceiro mandato em 1978 . Ocupou a vice-liderança do MDB e a presidência da Comissão de Comunicação na Câmara dos Deputados. Politicamente participou sempre das lutas anti-fascistas, como democrata e socialista. Lutou, ainda estudante, contra o "Estado Novo". Foi preso e perseguido várias vezes durante esse período. Deixou de ser orador de sua turma por estar detido na Vila Militar, sob as ordens do Gal. Newton Cavalcanti, durante todo "estado de guerra" de 1937. Foi conhecido como o Poeta do Povo e da Mocidade, pela sua mensagem social e política e por sua obra lírica, impregnada de romantismo moderno, mas às vezes, dramático. Foi um dos poetas mais lidos, e talvez por isto mesmo, o mais combatido do Brasil. Faleceu em 27 de Janeiro de 1987.

sábado, 15 de agosto de 2009

Jardim da Vida.


Não basta apenas

Semear

Regar

E cuidar da planta


Há de se adubar

E enfrentar as

tempestades e

as pragas


Assim é a amizade, o amor e a vida.


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 29/3/09

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Revolta das Letras.

Acho
que as palavras fizeram as malas
e fugiram com a emoção.
Desconfio
que elas pegaram o trem do tempo
e foram ao encontro da inspiração.
Lá pelas bandas da saudade.
Conheces?
Já estivestes por lá?
Dizem
que na terra da saudade
se escondem dois monstros: delete e excluir.
Dizem também,
que eles devoram poemas, cartas, contos e recados.
Na verdade, querem engolir quem os escrever.
Não sei se acredito.
Por via das dúvidas,
volto depois para ver se eles apagaram esse texto.

Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 11/08/09
Código do texto: T1748577

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Doce amor.



Olhe, a maciera está em flor!

Há de se esperar o tempo certo
para dela se comer o fruto

Para que não se azede a vida
há de se esperar que a maça se torne em amor


Etelvina de Oliveira

imagem: site do google
Árvore Florida, de Sou Kit Gom
Tela doada ao Museu de Arte do Palarmento de São Paulo

domingo, 9 de agosto de 2009

Pai Herói.

Hoje acordei animada para postar um vídeo em homenagem ao DIA DOS PAIS. De imediato me veio á mente a música "Pai", de Fábio Junior, antiga, mas linda. Procurei, achei e postei.
Depois, enquanto pensava em algo para escrever, o inevitável aconteceu: bateu uma saudade imensa do meu Pai.
Lembrei do sorriso, do jeito bonachão e do tamanho imenso dele. Como meu pai era grande, aos meus olhos de criança. Eu o via como um super herói mesmo. Pena tê-lo perdido tão cedo!
Mas as lembranças daqueles eternos 11 anos estão tatuados no meu coração. O mesmo coração que teve de aceitar uma Pãe, batalhadora e amorosa, presente na minha vida até hoje. O exemplo da minha mãe me serviu de escola para que eu seja o que sou para os meus filhos.
Então, não posso deixar de abrir um espaço nessa homenagem para cumprimentar, não só aos PAPAIS, mas também, às mamães que são PÃES voluntaria ou involuntariamente.

FELIZ DIA DOS PAIS

sábado, 8 de agosto de 2009

Amigos.



Tenho amigos
que andam comigo
me visitam
me abraçam

Tenho amigos
que sabem mais de mim
do que minha mãe
Eles falam de si , e me ouvem

Tenho amigos
que compartilham comigo
momentos "informáticamente" possíveis
estão longe e perto

Tenho amigos
que são formais
só me mandam recados,
no orkut, e-mail, ou no blog.


Tenho amigos como VOCÊ
ora REAIS e ora VIRTUAIS

Unidos e separados
pela INTERNET do CORAÇÃO

Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 15/08/08
Código do texto: T1129434

*

Amigos reais e virtuais.



Tenho amigos
que andam comigo
me visitam
me abraçam

Tenho amigos
que sabem mais de mim
do que minha mãe
Eles falam de si , e me ouvem

Tenho amigos
que compartilham comigo
momentos "informáticamente" possíveis
estão longe e perto

Tenho amigos
que são formais
só me mandam recados,
no orkut, e-mail, ou no blog.


Tenho amigos como VOCÊ
ora REAIS e ora VIRTUAIS

Unidos e separados
pela INTERNET do CORAÇÃO

Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 15/08/08
Código do texto: T1129434

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Aconchego.


Quero deitar contigo
sob o mesmo céu de estrelas
e escrever teu nome na areia

Quero deitar contigo
sob a luz da janela, então vazia
e adormecer no teu peito

Quero deitar contigo
no chão do barco a vela
que desliza no horizonte dos sonhos

Quero só, e tão somente, deitar contigo
apagar da tela as frases e os versos
e pintar no quadro os nossos sorrisos

Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 10/11/2008
Código do texto: T1275811

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ode para o Futuro.

por Jorge de Sena

Falareis de nós como de um sonho.
Crepúsculo dourado. Frases calmas.
Gestos vagarosos. Música suave.
Pensamento arguto. Subtis sorrisos.
Paisagens deslizando na distância.
Éramos livres. Falávamos, sabíamos,
e amávamos serena e docemente.

Uma angústia delida, melancólica,
sobre ela sonhareis.

E as tempestades, as desordens, gritos,
violência, escárnio, confusão odienta,
primaveras morrendo ignoradas
nas encostas vizinhas, as prisões,
as mortes, o amor vendido,
as lágrimas e as lutas,
o desespero da vida que nos roubam
- apenas uma angústia melancólica,
sobre a qual sonhareis a idade de oiro.

E, em segredo, saudosos, enlevados,
falareis de nós - de nós! - como de um sonho.


de Jorge de Sena, in 'Pedra Filosofal'
(Ver homenagem e versão dessa poesia no blog: http://poemasrosaxa.blogspot.com/)


Lisboa - 1919 - 1978


Escritor português, natural de Lisboa e naturalizado brasileiro, em 1963. Estudou em Lisboa, no colégio Vasco da Gama e no liceu Luís de Camões, onde, segundo o próprio, «andava já fazendo versos». Em 1937, entrou para a Escola Naval. A 1 de Outubro do mesmo ano, partiu no navio-escola Sagres, em viagem de instrução, que decorreu até Fevereiro do ano seguinte, após o que foi demitido da Armada. Entrou então para a Faculdade de Ciências de Lisboa. Num jornal da faculdade, Movimento, publicou o poema Nevoeiro. Estabeleceu contacto com a revista Presença, através de Adolfo Casais Monteiro, a propósito de um poema de Álvaro de Campos. Desse contacto veio a resultar a ligação aos Cadernos de Poesia, onde Sena publicou, em 1940, os sonetos Mastros e Ciclo, e cuja direcção integrou durante algum tempo com Ruy Cinatti, José Blanc de Portugal e José Augusto França. Formou-se na Faculdade de Engenharia do Porto, trabalhando na Junta Autónoma de Estradas até 1959, data em que se exilou voluntariamente no Brasil.
A partir daí, desenvolveu uma actividade académica intensa nas áreas da literatura e cultura portuguesas. Foi catedrático contratado de Teoria da Literatura na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis (Estado de São Paulo). Em 1961, transitou para a Universidade de Araraquara, igualmente em São Paulo, como catedrático contratado de Literatura Portuguesa. Adoptou a nacionalidade brasileira em 1963. Em 1965 seguiu, também como professor, para a Universidade do Wisconsin (EUA) e, cinco anos mais tarde, para a Universidade da Califórnia, onde veio a chefiar os departamentos de Espanhol e Português e o de Literatura Comparada, cargos que manteve até 1978. Recebeu o Prémio Internacional de Poesia Etna-Taormina pelo conjunto da sua obra poética e foi condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique por serviços prestados à comunidade portuguesa. Recebeu, postumamente, a Grã-Cruz da Ordem de Sant'iago. Em 1980, foi inaugurado o Jorge de Sena Center for Portuguese Studies, na Universidade de Santa Barbara.
Para além da sua actividade como escritor e professor, Jorge de Sena empenhou-se na divulgação de autores e correntes estrangeiras (sobretudo de origem anglo-saxónica) através de inúmeros estudos, conferências e traduções. Em 1941, fez uma conferência sobre Rimbaud intitulada «O Dogma da Trindade Poética» e, no ano seguinte, iniciou a sua actividade crítica com um artigo sobre o escritor cabo-verdiano Jorge Barbosa. Em 1944, publicou um texto de apresentação do surrealismo, «Poesia Sobrerrealista», primeira divulgação deste movimento em língua portuguesa, traduzindo ainda textos de André Breton, Paul Éluard, Benjamin Péret e Georges Hugnet. Outros autores que ajudou a divulgar foram T.S. Eliot, Cavafy, Auden, Hemingway, Bertold Brecht e William Faulkner. Colaborou regularmente, como crítico, no semanário Mundo-Literário (1946-48) e numa série de outras publicações ligadas à literatura, em Portugal e no estrangeiro.
Como ensaísta, são fulcrais os seus estudos da vida e obra de Camões e de Fernando Pessoa. Em 1948, proferiu a conferência «A Poesia de Camões, Ensaio da Revelação da Dialéctica Camoniana», no Clube Fenianos Portuenses, com que inaugurou a série de trabalhos que viria a realizar sobre o autor, procurando linhas de análise inovadoras em relação ao academismo dos estudos camonianos portugueses. Em Agosto de 1959, participou no IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros na Universidade da Baía, com o estudo «O Poeta é um Fingidor»>. Defendeu, como tese de doutoramento em Letras e de livre-docência em Literatura Portuguesa, «Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular», em 1964. Em 1970 publicou A Estrutura de Os Lusíadas e Outros Estudos Camonianos e de Poesia Peninsular do Século XVI. Efectuou uma série de viagens pela Europa, América e África, relacionadas com as comemorações do 4º centenário de publicação de Os Lusíadas, e organizou as edições camonianas, promovidas pela Imprensa Nacional, das Rimas e de Os Lusíadas, comentados por Manuel de Faria e Sousa. Em 1973, publicou o poema «Camões dirige-se aos seus contemporâneos»>. A literatura portuguesa da época clássica, aliás, mereceu-lhe particular atenção, o que se reflecte na sua própria obra poética, nas suas múltiplas intertextualidades.
Jorge de Sena foi poeta, dramaturgo, ficcionista e historiador da cultura. Não se filiando em nenhuma escola literária, foi influenciado por várias correntes (nomeadamente pelo surrealismo, sobretudo em aspectos técnicos), numa tentativa de superar as tendências da época que passou por várias formas de experimentalismo. No entanto, a estes aspectos modernos da sua poesia aliou recursos da tradição medieval e renascentista, tornando a sua obra, simultaneamente, clássica e revolucionária. Disso é exemplo a utilização que, por vezes, fez do soneto: a par da forma clássica deste tipo de poema, surge um experimentalismo sintáctico e morfológico que subverte as fronteiras entre classicismo e modernidade, superando-as. Toda a sua obra, aliás, se orienta por esta tentativa de superação: superação dos antagonismos entre escolas literárias (realismo social, surrealismo, experimentalismo), de certas oposições humanas com raízes na cultura ocidental, como as de corpo/alma, ciência/poesia, bem/mal, Deus/homem. Esta superação tem raízes filosóficas na dialéctica hegeliana e no marxismo, reconhecidas pelo próprio escritor. Para Jorge de Sena, a poesia era, ela mesma, uma forma de testemunhar e transformar o mundo; da relação estabelecida entre o sujeito poético e o objecto que ele tomava como matéria da sua poesia resultava uma outra entidade — o próprio poema, objecto estético constituído por meio da linguagem. A poesia era, assim, uma forma de intervenção, embora entendida de forma diversa do neo-realismo. Mesmo em Coroa da Terra, que tem afinidades temáticas com este movimento, encontram-se técnicas surrealistas que dele se afastam.
Num lirismo depurado, Jorge de Sena levou muitas vezes a cabo uma crítica mordaz e irónica da realidade, aqui e ali de forma provocadora ou dolorosa. É de destacar a sua visão irónica de certos mitos da tradição cultural portuguesa, satirizando frequentemente aspectos provincianos ou saudosistas do entendimento do país e do seu povo no mundo (veja-se, por exemplo, a peça O Indesejado, sobre D. António, prior do Crato, na sua ligação com o sebastianismo nacional). O autor continua uma linha de lucidez satírica que se encontra já em escritores portugueses de épocas anteriores.
Na poesia, Jorge de Sena estreou-se com Perseguição (1941). Publicou ainda Coroa da Terra (1947), Pedra Filosofal (1950), As Evidências (1955), Fidelidade (1958), Metamorfoses (1963), Arte de Música (1968), Peregrinatio ad Loca Infecta (1969), Exorcismos (1972), Conheço o Sal e Outros Poemas (1974), Poesia I (1977), Poesia II (1978) e Poesia III (1978).
Como dramaturgo, publicou, em 1951, O Indesejado, e a peça em um acto Amparo de Mãe. Em 1952 saiu Ulisseia Adúltera, em 1969, O Banquete de Dionísos, e, em 1971, Epimeteu ou o Homem Que Pensava Depois.
A sua obra de ensaio, fundamental nos estudos literários do século XX português, inclui a recolha Da Poesia Portuguesa (1959), O Poeta é um Fingidor (1961), O Reino da Estupidez (1961), Uma Canção de Camões 81966), Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular (1969), A Estrutura de Os Lusíadas e Outros Estudos Camonianos e de Poesia Peninsular do Século XVI (1970), Maquiavel e Outros Estudos (1973), Dialécticas Aplicadas da Literatura (1978) e Fernando Pessoa & Cia. Heterónima (1982), entre outros.
A obra ficcional de Jorge de Sena foi produzida sobretudo entre 1959 e 1965, embora a sua edição seja por vezes posterior. Escreveu Andanças do Demónio (1960, contos), Novas Andanças do Demónio (1966), Os Grão-Capitães (1976), Sinais de Fogo (romance publicado postumamente em 1979) e O Físico Prodigioso (1977).
Postumamente, foram publicadas várias antologias e ainda Visão Perpétua (1982, poesias inéditas), Génesis (1983, que inclui dois contos inéditos de 1937-38) e Dedicácias (1999, poemas satíricos e desenhos inéditos).
Embora dividida por diversos géneros, a obra de Jorge de Sena constitui uma teia de relações em que se cruzam, em múltiplas abordagens, temas recorrentes, que definem a sua personalidade literária e crítica. É um dos grandes vultos da poesia e do ensaísmo português da segunda metade do século XX

Ode ao Amor virtual.


Falamos de nós como de quimeras.
Contamos casos. Lembramos fatos.
Encurtamos o tempo e o espaço.
Envolvidos num amor de eras.
Desejos. Sorrisos. Esperas.


Paira sobre nós uma angústia melancólica
de buscas e renuncias.


Primaveras morrendo ignoradas.
Alegrias, conquistas, as mortes,
o amor perdido, as lágrimas, as lutas,
o desespero da vida se esvaindo.
Outonos. Invernos. A despedida.


E, em breve, em segredo, saudosos,
falaremos de nós - de nós! - como de quimeras.



Obs: homenagem ao poeta português Jorge de Sena (releitura do seu poema "Ode para o Futuro", com trechos do mesmo).



Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 16/11/2008
Código do texto: T1286102

sábado, 1 de agosto de 2009

Nosso amor.



Sob a luz do luar
somos crianças travessas
que surgem na janela

Nossos gestos e sons
revelam segredos
que tingem de cores a vida

Como contê-las?

Soltem os fogos
estourem os balões
façamos festa

Ai de nós!
Que provamos de tão
doce veneno


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 28/10/08
Código do texto: T1250828

imagem: www.google.com.br

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Amor em cena.








Como uma bailarina
Me elevo nas pontas dos pés
Meus olhos alcançam longe
Rodopio ao som do silêncio

Espero.

Mãos fortes me erguem.
Saio do chão!
Breve,
caminharei com passos firmes.


Você permanece
no fosso do palco da minha vida.
Sei que ainda vou saltar
e cair nos teus braços.

Enquanto descem as cortinas.



Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 26/09/2008
Código do texto: T1197272

imagem: , site: www.google.com.br

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Reverso do Amor.


Tento entender o teu silêncio.
Indiferença?
Desencanto?
Outros horizontes?


Tento sufocar meu pranto.
Não te farei de Santo!
Nem mártir!
Nem Réu!


Tento não olhar à minha volta
nossas fantasias largadas pelos cantos.
Talvez, outra DIVA no papel principal?
Eu já não te encanto?


Tento imaginar outro roteiro.
Mas, ainda ouço os violinos
Devo aceitar esse destino?
Que à você coube o apagar da luz
e a mim, o sair de cena?


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 26/09/08
Código do texto: T1197189

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Só porque sou modesta.


É difícil encontrar uma amiga que é:

95% Linda

96% Talentosa

97% Engraçada

98% Amorosa

99% Inteligente

e

100% Carinhosa




Então...




Não me perca, ok?
Adoro sua amizade.
..
P.S.: Minha amiga Milú me enviou esse texto, não se trata de plágio, é pura constatação:
essa sou eu kkkkkkkkkkkkkk
Quem é louco de discordar????
.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sossega coração.


Sob a mesma noite que nos cobre
o amor vagueia.
Olhei-te
e teu olhar laçou me o coração.
Ai de mim!
Todo meu ser fala o que os meus lábios não te dizem.
Sejas o meu amor,
já que a minha alma em ti se esconde.
Fita-me!
E que não te bastes imaginar
já que nos teus olhos vejo a soma de mim mesma.
Venha!
Sejamos
Tu, eu e os sussurros do amor
sob a lua despida em festa.


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 18/10/2008
Código do texo: T1235893


(homenagem ao meu amigo O Sibarita e a sua coletânea de poesias)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Seu olhar É de Adeus


Não espere de mim lágrimas!

Ou espere!

Assim como na vida a morte é certa:

hei de retalhar os planos,
as lembranças e os sonhos.

hei de reclamar
procurando a culpa.

hei de sangrar
cada gota desse amor.

hei de enterrar
cada pedacinho de NÓS.

hei de aquietar,
sufocar e calar.

Hei de recomeçar!

E, mesmo assim, depois de tudo,
acordarei a noite,
em sobressalto,
à esperança de um MILAGRE.

Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto da Letra em 25/09/08
Código do texto: T1196031
.
.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Diga você.


Quem apagou as estrelas?
Quem escondeu a Lua?

Os sonhos deixados pelo caminho
quem os recolheu?

E os choros?
O de alegria, o de tristeza e o de dor,
quem os secou?

Os beijos que não dei,
Os braços que não senti,
A pele que não toquei
E os olhos, sim, os olhos que não mirei
Fitam quem agora?

Diga-me você!
No fim de tudo,
o que sobrou de nós?
Quem nos roubou o amor?


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 05/07/2009
Código do texto: T1683733

Bons amigos.

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!



de: Machado de Assis

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Amor em concerto.


Ouça, já tocam os violinos!

Agora, todas as cordas soarão.
Ao fundo, os sopros,
comandados pelas flautas e oboés,
conduzem a sinfonia.

O maestro movimenta a batuta.

Entram as vozes!
O coro cantará o AMOR.
A nossa música
encantará a todos .

Entram em cena os solistas!

Você cantará por quê me deixas.
E Eu cantarei meu pranto.
Não há o quê me convença
nem o quê te amoleça o coração.

Dividida, a orquestra participa.

Rufam-se os tambores, tocam-se os sinos.
Nossa história sem conserto
se confunde com o concerto de Mozart
misturando as notas

Cúmplices, os instrumentos silenciam!

Apagam-se as luzes e descem as cortinas.
O público, alheio a nossa sorte,
se escrito na partitura, ou se é vida real,
Aplaudem!

Nos olhamos enquanto as cortinas se abrem.
Com o coração acelerado seguro tua mão.
O momento é breve.
Entregam-nos os buquês de rosas.
Sorrio entre lágrimas.
Acabou.
*
Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 27/09/2008
Código do texto T1199148

sábado, 11 de julho de 2009

Bom dia, amor.


Já é dia!

Vem!

Fiz minha parte,
retirei os ferrolhos e abri a velha janela.

Sorri quando a restia de sonho me aqueceu.



Meu coração,
sedentário e fora de forma,
relutante dá seus primeiros passos.

Na verdade, antigos passos.

Vem!
Me dê sua mão!

Caminhemos sem pressa: EU, VOCÊ e o AMOR.

Etelbina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 04/09/2008

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Saudade da minha metade.


Sei que
em algum lugar
minha metade me procura

Quando me inspiro
e escrevo
é só meu coração te chamando

Como se eu gritasse seu nome
no silêncio

Ou,
se as ondas do pensamento
beijassem tua face
tão querida, tão amada

E que ainda não a conheço



Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 08/09/2008
Código do texto: T1168070

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Beijo.


Encosta-me em teu corpo
Envolva-me em teus braços
E beija-me loucamente
Faça-me voar por outros horizontes
Conhecer a Lua
Circular o Sol
Aperta-me em ti como se eu fosse cair
Pois me faltarão as pernas
Sumirá a razão
Beija-me loucamente
Não me soltes
E serei tua

Publicado no Recanto das Letras em 30/08/08
imagem: www.google.com.br/beijos de cinema
*

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Lua cheia de amor.


Ainda é dia
e a Lua nos sorri.

Sorrateira nos vigia.

Vem mais cedo, a danada
só pra descobrir segredos...

Antes que o véu da noite nos esconda
Antes que a luz das estrelas a engane
Antes que seus braços me oculte
Antes que nosso amor apareça

Revelado e puro como o meio riso
da Lua.

Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 12/09/2008
Código do texto: T1174494


Imagem: http://media.photobucket.com
recadosanimados-especiais

Flor.

Flor

Na solidão,
a pedra é bronze
do coração asilado
em pétalas que voam
nos jardins dos achados
soltas ao vento
das rosas solitárias
perfumando o tempo...

Mas, se buscas o céu
somente da tua janela.
- Contemplo -
Tuas pétalas são asas
das luas candentes
que a primavera transluz
daquele céu cinza em frente
e paramos nos azuis...

Não há sonhos e, há todos,
agora, pelo teu batom carmim
refletindo nos meus espelhos.
E sob um sol de madre pérola,
é nos teus lábios pidões
que o beija-flor, pousa, beija, cola!

poema de Zé Corró
(comentário de ZéCorró no poema Beija-Flor publicado no no blog: http://poemasrosaxa.blogspot.com/)
.

sábado, 4 de julho de 2009

Coração selado.




Hoje fui premiada com o carinho e atenção de nossa amiga blogueira a Senhora, que nos encanta com suas histórias no Caldeirão da Bruxa. Ela recebeu o selo de sua amiga Patrícia, e eu repasso à todos vocês que me visitam.

“O selo deste prémio foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento, seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que, com isso, enriquecem a blogosfera e a vida dos seus leitores."

Sobre o significado de LEMNISCATA:
LEMNISCATA: “curva geométrica com a forma semelhante à de um 8; lugar geométrico dos pontos tais que o produto das distâncias a dois pontos fixos é constante.”
Lemniscato: ornado de fitas Do grego Lemniskos, do latim, Lemniscu: fita que pendia das coroas de louro destinadas aos vencedores(In Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora).
Acrescento que o símbolo do infinito é um 8 deitado, em tudo semelhante a esta fita, que não tem interior nem exterior, tal como no anel de Möbius, que se percorre infinitamente."

Obrigada, querida, você também já me conquistou e colocou o seu selo no meu coração.
*

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Anjo


De tudo que foi semeado
no início,
por descuido e
desatenção,
depois de nove meses
colhi
desencanto.
.
.
Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras
Código do texto T1669073

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Bom dia, beija-flor!


Vem, beija-flor!
Sou flor, me beija!
Meu beijo é doce
como o néctar da flor.

Vem, beijar a flor!
Cessa sua busca, retenha seu vôo
Me encanta
e serei sua colibri, sua pedra preciosa, sua flor.

Vem, beija-flor...
Me beija!


Texto: Etelvina de Oliveira
Foto: garatujando.blogs.sapo.pt

Quem manda ser xereta?

- Não deveria ter feito visitas hoje.

- E por quê foi?

- É o vício. Gosto de ler, gosto dos meus amigos, gosto de visitar e comentar. Mas, não hoje.

- Onde foi?

- Fui ver pedras num seixo, andei por um labirinto com saída, observei uma planta carnívora, relembrei fatos de infância, emocionei com o vento, ri com um baiano e chorei com alguns comentarios.

- Chorou?

- Sim, mais isso é normal.

- Por quê ri?

- Nada não. Ou melhor, de mim.

- Boba. Melhor você parar de ler textos em blogs.

- Você acha?

- Claro, se isso te deixa triste.

- Mas não devemos rir com quem ri e chorar com os que choram?

- Lá vem você....

- To exagerando, né?

- Ãhã.

- Pois é, depois de tudo isso ainda fico aqui falando comigo mesma. Cadê meus sai?????
.
.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Delicadeza.

Como um pássaro
que toca o fruto e dele extrai seu alimento

Como o vento
que movimenta cada folha, flor e até o tempo


Como o beijo
que toca as faces do filho

Assim são os sentimentos:
eles brotam, crescem e por fim morrem.


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 13/09/2008
Código do texto T1175682

Uma barriga de respeito.


Há quem prefira uma barriga tipo tanquinho,
Eu prefiro a minha: uma máquina de lavar, tamanho econômica.


Espaçosa: se esparrama como um macio travesseiro de plumas

Esportiva: passeia em deliciosas caminhadas

Esforçada: se arrisca em algumas abdominais

Famosa: já foi palco de duas criações exclusivas (Lucas e Elis)

Generosa: aconchega quem dela se aproxima

Otimista: quer apertar nela as carinhas dos bisnetos

Feminista: melhor a minha que uma barriga durinha de cerveja.



E você, vai continuar com inveja de um tanquinho?

Relaxa!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


Texto: Etelvina de Oliveira

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Limites do amor.

Condenado estou a te amar
nos meus limites
até que exausta e mais querendo
um amor total, livre das cercas,
te despeça de mim, sofrida,
na direção de outro amor
que pensas ser total e total será
nos seus limites da vida.

O amor não se mede
pela liberdade de se expor nas praças
e bares, em empecilho.
É claro que isto é bom e, às vezes,
sublime.
Mas se ama também de outra forma, incerta,
e este o mistério:

- ilimitado o amor às vezes se limita,
proibido é que o amor às vezes se liberta.


De: Affonso Romano de SantAnna

sábado, 27 de junho de 2009

Desejos.


Teus olhos percorrem meu corpo

Invadem meu peito

Desnudam desejos

Esquento!



Me afasto

Corada

Apressada

Sem jeito!


Sorrio por dentro.
.
Etelvina de OLiveira
Publicado no Recanto das Letras em 28.08.08
Código do Texto: T1149768

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Meu amor.


Meu amor é assim:
inseguro, assustado e agitado
Como um pequeno pássaro
que aprende a voar.


Meu amor é assim:
certo, real e manso
Como uma velha águia
que se renova com o tempo.

Meu amor é assim:
procura, descoberta e ânsia
Como o ovo
que guarda nele a vida.

Meu amor é assim:
surpresa, eterno, infinito
Se derrama, se doa
na espera.


Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Qual é a medida do AMOR?

Acabei de ler uma crônica linda no blog Caldeirão da Bruxa. Algo que me inspirou à pensar sobre a medida do AMOR. Sei que cada um de nós idealiza um tipo ideal de AMOR. Uns querem um companheiro, amigo, parceiro pra todas as horas, uma pessoa inteligente, moderna, alegre e responsável. Ou, nem tanto. Outros querem um lindo de causar inveja, ótimo amante e cordeiro que aceite tudo, nem precisa falar muito. E tem ainda os que não querem um AMOR assim, tipo amor. Querem paixões, envolvimentos passageiros, sem “pegação” de pé, sem “grudar”, sem cobrar, sem nada em troca além do prazer do momento.
Mas, qual é a medida do amor?
Passados os primeiros momentos de empolgação, se a coisa vai mais além, se a pessoa se pega GOSTANDO, invariavelmente, surge algum tipo de cobrança. Ela pode ser sutil como a necessidade de se saber do outro - seja por telefone, mensagem, e-mail -, até o grude total. Nesse meio campo tem a necessidade desse AMOR ser correspondido.
Quem AMA quer ser amado. Mas, qual medida?
Sua forma de amar pode ser boa pra você e não ser para o outro. Se a maneira é certa ou errada, quem define?
Já postei aqui um texto que dizia que "Amor não se pede”, então, concluí-se que se DÁ livremente.
Mas quem consegue AMAR sem nada em troca? Ou, pior ainda, recebendo desprezo ou desatenção?
Com certeza, somente Deus.
Esse sim, te ama e pronto. Você nem precisa conhecê-lo, falar com ele, mandar recados, ser fiel, retribuir, demonstrar, enfim, nadinha de nada. Ele te ama porque é fiel ao amor que tem por você. Ele É o único pai capaz de entregar seu próprio filho a morte por AMOR.
Fora ele – com esse AMOR inimaginável -, estou aqui, desde o início do texto, tentando descobrir.
Acho melhor ir trabalhar.
Já que sou funcionária pública e é você quem paga meu salário.

terça-feira, 23 de junho de 2009

O Bicho.

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.



O bicho, meu Deus, era um homem.






Texto: Manuel Bandeira, Rio,27 de dezembro de 1947.
Foto: http://www.google.com.br/


Triste é que, até hoje, NADA MUDOU
.


Amor proibido.



Cala-te coração!

Não entregues,

com os olhos,

ou gestos,

nossos segredos.

Etelvina de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 30/08/08