quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

ESCOLHAS

Se crês que o destino da alma cabe a ti
Ou a escolhas anteriores. Sofras.
Que o açoite fira o coração
 Prisioneiro da carne errante.

Que seja livre o que assim não crê
Que busque, que chore ou ria
Mas que ame, mesmo que por engano.

                                                           Nisso creia: o amor não morre.
Resigna-te. Aquieta-te. Cala-te.
Como saber o que não se fala?
O que só à tela se declara?

Amigo, crucificastes o amor?
De qual amor falas? Universal.
Se para que este exista condenas intimas almas
Pra quê sacrifícios?

Ah, o amor. Livre arbítrio.
Só um mandamento há:
Que se ame ao próximo como a ti mesmo.
Sem que se condene um em detrimento a outro.

Absolva-te. Escolha.
Lute. Singre os mares da paixão
Ou deixes que o sol derreta em poças
O silêncio

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Que Peppa é essa?

Não tenho mais crianças em casa. Nem netos. Mas já sou tia avó.

Desta nova geração, os irmãos: Nicole (5 anos) e  Guilherme (2 anos) são os caçulas da família.

Aliás, geração antenada com o avanço da tecnologia e nos surpreende com sua inteligência avançada. Precisamos correr para alcançá-los. 

Já aposentaram os DVDs e tudo agora é pela TV a cabo ou via net. Quando se fala em desenho, mais do quê de pressa, os dedinhos do Guilherme digitam o canal da Discovery Kids para assistir a "Pepa". Dá para acreditar? Ele já sabe os canais de desenho.

E quem convence um garoto de 2 anos que a Peppa não fica 24 horas à disposição dos seus dedinhos?  

Pelo que soube, atualmente, essa família de porquinhos rosa é o campeã na preferencia das crianças abaixo de 7 anos. 

Enfim, como toda tia coruja, passei em uma banca de bonecos de pelúcia e não resisti: comprei um pra cada. Uma besteira mas o sorriso deles valeu a pena.

Nicole agarrou a sua e se programou para levá-la pra escolinha no "dia dos brinquedos" e o Gui se acomodou no sofá abraçado com o seu.

- Gostou da Peppa, Gui?
- Não é Peppa, tia, é o GEORGEEEEEE.

Não é uma graça? 
Santa ignorância a minha.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

FIM DA FOFOCA E DA TERAPIA

Com o advento da comunicação instantânea proporcionada pelos celulares e internet, a fofoca foi aposentada. O segredo perdeu sua função, ouve-se de tudo. Basta estar próximo de alguém falando ao celular, seja na rua, transporte coletivo ou mesa de restaurantes. Isso sem falar naqueles que usam fone de ouvido para se comunicar. Temos a impressão que estão todos loucos, falando como zumbis. 

Para aqueles que adoram cuidar da vida alheia é só se conectar com a internet. Privacidade não existe mais. Se posta vídeos com pessoas morrendo baleada, produtos de roubo, pessoas se agredindo, cenas de sexo, fotos no banheiro, tomando banho, fazendo beicinhos e boquinhas. Conta-se detalhes pessoais, briga-se com amigos e familiar critica-se fulano e sicrano. Fala-se da própria mãe e a mãe do outro. Combina-se encontros macabros com a finalidade de agredir torcedores, partidários políticos, destruir patrimônio público e privado, queimar ônibus e, até, para fazer justiça com as próprias mãos.

Atualmente, quem compartilha a vida virtual acaba se colocando como juiz, dono da verdade e justiceiro.

Quantos relacionamentos foram desgastados por comentários postados na net? Quantos não se falam mais? Quantos tiraram as máscaras do racismo e do preconceito? Outros tantos continuam alfinetando "subliminarmente" ou com uma simples "curtida". 

Que saudades da máquina de escrever, dos orelhões dos telefones com disco e com fio. Que saudades do bate-papo no portão, na praça. Dos abraços, dos beijos, das visitas inesperadas. Cadê a surpresa? Tudo se acerta pela facebook, skype ou zap.

Se houver um apagão o planeta para. 

Não estou fazendo apologia ao suicídio virtual, basta BOM SENSO. Coloque-se no lugar do outro e NÃO COMPARTILHE o que sua mãe não gostaria de ler/ver SE A VÍTIMA FOSSE VOCÊ ou alguém conhecido. Sentir a vergonha do outro faz bem.

Lembre-se: terapia se faz em consultórios não virtualmente.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

SAUDADES DE MIM.

Houve um tempo em que eu ficava fascinada com a diversidade de textos e com as pessoas interessantes que era possível acessar com um toque na tela. Era tão fácil acreditar. Navegar pelos sonhos, meus e de outras pessoas, era como pisar no solo da Lua. Para um sonhador, o real também tem sua magia. Mas a primavera tem fim, por mais bela que tenha sido. Há de se secar as folhas, murchar as flores e cobrir os caminhos. Fica a sensação de que o filme não era tão bom assim. Melhor esperar por uma nova estréia.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

MENOS UM JOVEM

Mais uma vez
as águas da raia,
que deveria ser Olímpica,
tragam a vida de um jovem
na USP.

Choram
amigos e familiares.

Gemem
todos que têm filhos.

Que DEUS tenha piedade de nós!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

RELACIONAMENTOS

por: Dr. Drauzio Varela

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo, enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio, sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada uma pessoa bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro, quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.


Obs.: Segundo a net, o texto é de autoria do médico. Se não for, repasso o peixe como comprei kkkkk


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Bom dia!

Amanheceu. Dara e Strela me acordam famintas, como sempre. O dia nos sorri meio indeciso. Venta frio, mas nada de chuva. As árvores e plantas estão cabisbaixas, sedentas por uma gota de água. Mas São Paulo é uma seca só. Estou como a natureza: aguardando o improvável. Ao meu lado, Dara e Strela se revezam entre a ração e a água fresca ao som dos pássaros que também madrugam. Aos poucos as luzes vão se ascendendo nos apartamentos e o vai e vem da segunda-feira toma as ruas. Com certeza a natureza seguirá seu curso enquanto corro para o trabalho.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

15 de abril

Ontem foi o dia mais feliz do ano: completei mais um ano de vida.
Como todo aniversário, adoro tudo que envolve este dia. A paparicação da família e dos filhos, ser lembrada pelos amigos, comer bolo e, principalmente, estar viva.
Porque, cá pra nós, não tem coisa melhor do que passar dos 50. Com certeza, me amo mais hoje do que aos 20 ou 30 anos, apesar de que não reclamaria de ter de volta aquele mesmo corpinho número 36 ou 38. Ou aquela memória?
Mas, como quem vive de passado são os asilos e museus, prefiro olhar pra frente. Minha mãe acabou de completar 74 anos e está mais ativa que qualquer um da minha família.
Então, que venham os anos, e que Deus abençoe cada de vocês para que possamos compartilhar cada novo aniversário.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Regra Três

Tantas você fez que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais
Da primeira vez ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa de perdoar
Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai.
Mas deixe a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo que vai chorar

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ode ao Amor

Se NOSSO AMOR
Está fadado a morte
Não lamentemos o provável
Nem o irrecuperável
Não há culpados

Se tiver que ser assim
Que NOSSO amor morra em paz

Sigamos com os funerais
Vistamos nossos corações de luto
Pranteemos
Até que o NOSSO
Se transforme em APENAS
E volte a entrar em nossa carne
Como AMOR