terça-feira, 27 de julho de 2010

Breu

O desencanto
é tanto
e tamanho
que navego
em noite escura.
Sem rumo.
Sem prumo,
Sem velas.
Por ora
não há
horizonte.
Apenas
deixo
que a bússola
do meu ser
conduza
meu barco.

domingo, 25 de julho de 2010

Vem aqui?

Oi.
Como vai?
Estou com saudades.
Puxa, acordei com vontade de lhe escrever.
Sinto muita saudade de te ver aqui. Já disse isso, né?
Não ligue. Ando assim, saudosa.
As vezes passo dias sem vir aqui, sem vontade de nada.
Mas quando recebo um recado seu, me animo. Ligo a net, abro o blog.
Leio.
Aí sinto sua presença. Seu carinho.
Fico feliz por você ter perdido um tempinho para ler e comentar.
Por você compartilhar dos textos que eu gosto. Das besteiras que escrevo.
Seus comentários são sempre atenciosos e gentis.
Te agradeço.
Não só por sua delicadeza no trato, mas por entender meu momento.
Se estou feliz, triste, zangada, magoada, enfim..... as palavras me mostram.
Mais até do que me vejo.
Quando escrevo as emoções comandam os dedos,
que nervosos agridem as teclas.
Você sente?
Hoje acordei assim.... nem sei como.
Queria lhe enviar uma missiva, isto mesmo, uma longa carta.
Pensei em falar dos meus dias, dos meus medos, dos meus sonhos, meus planos, desamores, sei lá.
Não tenho seu endereço real.
Então vasculhei no seu blog na esperança que você sentisse minha presença e me seguisse.
Boba, né?
Eu sei. Sou assim.
Grudenta. Carente. Ciumenta. Etc, etc...
Mas adoro sua presença e sua amizade.
E nem pense que não te conheço. Conheço sim.
Duvidas?
Aposto que estás com um sorriso no rosto neste instante.
Seu coração está aquecido.
Acertei?
Você está se sentindo pertinho de mim.
Pois é, nos conhecemos sim.
Posso te pedir uma coisa?
Me escreva.
Bastantão, sempre.

TE GOSTO MUITO.
MAIS DO QUE IMAGINAS.

beijão

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Vi você.

Hoje te vi sorrindo.
O mesmo riso, o mesmo jeito.
Como se nada houvera.
Deste lado da janela
contemplei o mar de gelo.
Caminhei pelo deserto.
Ouvi o pio da cotovia.
Eu te via.
Alheio, falavas de suas dores.
Sem questionar sobre meus dias.
E eu só queria
ver no seu olhar
a minha imagem refletida.
Ah, que bom! Sim.... sim!
Completamente!
Estou feliz com sua alegria.
Mas, será que me vias?

sábado, 17 de julho de 2010

Desisti.

No papel, tudo é tão mais simples.
Assim como no final.
Quando damos a guerra por perdida.
Quando baixamos as armas,
e rendidos, nos entregamos.
Resta olhar pra frente e seguir.
Podemos filosofar.
Tecer teorias.
Criar argumentos.
Mas, no fim das contas,
é só o fim e um duro recomeço.
Rebusquei no passado.
Reli e-mails, torpedos,
recados.
Enfim, lembranças.
Tenho que admitir: não sei lutar.
Em meio as emoções, eu erro.
Não sou guerreira.
Nem estrategista.
Sou, sim, emocional.
Se apaixono,
me entrego por inteiro.
Deixo que invandam o coração.
E vou entregando todo território.
Me vejo vencida.
De corpo e alma.
E o que faço?
Sapateio como criança
que se sente dona do brinquedo alheio.
Não sei dividir.
Não sei emprestar.
Não sei possuir.
No final, sim, porque o fim chega,
a alma está sedenta de remissão.
O corpo está saciado eternamente.
E o coração, exaurido, deixa de querer.
Não há, no campo derrotado,
lugar para sonhos.
Fincamos os pés na realidade.
Os olhos passam a desconfiar do quê lê.
Do quê vê.
Vamos levando.
Ora fortes, ora decaidos.
Parece que o entorno, e tudo que se ligue
a sentimentos,
fica embrutecido em nós.
Talvez, o vencedor nem saiba nada disso.
Mesmo que ele seja um fingidor.
Que nem tenha amado tanto assim.
Na guerra, há como sair ileso?
Não vou negar que no fundo,
muitas vezes,
deseje fincar em ti
a bandeira da minha dor.
Para que a próxima a chegar
me veja.
Mas, quando interrogado
o que dirias?
Foi um território banido?
Um deserto desconhecido?
Uma terra de ninguém?
Não!
Que não haja flâmulas.
Nem dramas.
Sejamos fortalecidos por nós mesmos.
Pelas lutas. Pelas perdas.
Quiçá acordemos amanhã
desejosos de amar de novo.
Quem sabe!

Bom dia!
*

domingo, 11 de julho de 2010

Anjo

De tudo que foi semeado
no início,
por descuido e
desatenção,
depois de tudo
colhi
desencanto.

Sempre vou te amar.

Não dá para dizer que não deu certo.
Deu certo!
Durou pouco.
Menos do quê desejávamos.
Não foi pra sempre.
Mas, foi ótimo.
Talvez,
agora busquemos
mil motivos e razões
pra infelicidade.
Só acabou.
Fim.
Ponto final.
Os contos de fada terminam.
As brincadeiras também.
Projetos são refeitos.
Monumentos caem ao chão.
Por quê historias de amor não?
Eu prefiro dizer que é um tempo.
Um período de descanso.
Amor não acaba.
Ele recomeça em outra esfera.
Claro, para quem se dispoe
a tocar a bola.
Nem que seja só como amigos.
Alguns preferem acorrentar o coração.
Mas o coração não pára de bater por isso.
Só quando morre.
E mesmo assim é o último a entregar as armas.
A desistir.
E nesse caso já não importa a causa morte.
Se estás vivo não minta.
Não crie estórias.
Não negue o vivido.
Resista. Sorria.
Amar é uma aliança de almas.
Não tem fim.
*

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Invictus

(Título Original: "Invictus")
Autor: William E Henley
Tradutor: André C S Masini


Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.


Texto: Copyright © André C S Masini, 2000
Todos os direitos reservados. Tradução publicada originalmente
no livro "Pequena Coletânea de Poesias de Língua Inglesa"

site:http://www.casadacultura.org/Literatura/

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Oposto de Amor.

Certa vez
ouvi dizer
que ÓDIO não é
o oposto de AMOR.
Pois para odiar
é preciso
lembrar,
desejar,
pensar
no outro.
O oposto de AMOR
é IGNORAR.
Fingir
que não existe.
Apagar da mente.
Excluir.
Renegar
a amizade.
E, pior,
pra quem vê
ainda se passa
como BOM.
Sensível.
Humano.