Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.
Texto: Manuel Bandeira, Rio,27 de dezembro de 1947.
Foto: http://www.google.com.br/
Triste é que, até hoje, NADA MUDOU
.
4 comentários:
São tantos, são tantos...tanto tempo depois. A cada dia aumenta mais.
bjs
Infelizmente, essa é a nossa realidade.
E o que fazemos para acabar com isso?
beijos, Paula
A mais pura realidade atual, apesar, do poema ser de 1947.
O Manuel Bandeira explendido como sempre...
Se fosse o Sibarita aqui ao ler, diria: "eu já passei por isso!"
bjs
ZéCorró
E eu responderia: eu também.
E tem um milhão gente que ainda passa. Mas o bonde segue em frente.
beijos, Sibarita
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