terça-feira, 6 de maio de 2008

Ninguém merece

Você já parou para pensar no que fazer quando a morte bater a sua porta?
Pois é, ela sempre chega de surpresa.
Se você achou que ela só ronda a casa do vizinho e não se preparou para essas despesas extras ta “na roça” – ditado lá do Mato Grosso.
Para 90% da população, nessas horas é um corre-corre pra pedir dinheiro emprestado, pede-se socorro aos amigos. parentes e até os vizinhos entram na vaquinha.
Isso resolvido, grana na mão, sai-se em busca do caixão mais barato, corta flores, candelabros, velas, se possível, ficam algumas rosas para enfeitar o ente querido.
Ainda bem que morto não reclama.
Conforme o diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio de Almeida, declarou a Folha de SP, quando a família não tem condições: “Tem vários casos. Como faz? Fica o corpo jogado? Quem tem responsabilidade de pegar, levar, transportar?”
No nosso caso, para enterrar o dito cujo você pega no telefone começa a ligar pra todo mundo que conhece para saber quem vai ceder vaga no cemitério.
Quem tira quem, quem tem espaço pra quem, etc.
Mas, não se preocupe, você ainda tem a opção das vagas oferecidas pela prefeitura.
No mato seu morto não fica.
Complicado, né?
Pois bem, pensando nesses transtornos a Câmara dos Deputados tirou da casaca a solução para esse problema – problema seu, porque o deles está quase no fim.
Li no jornal Folha de São Paulo de hoje, 06/05/08, que a Mesa da Câmara apresentou projeto que institui mais uma verba para os deputados federais, o auxílio-funeral. Assinado pelo presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP) – olha o PT ai minha gente -, o projeto coloca sob responsabilidade da Câmara a realização de toda a cerimônia fúnebre, incluindo a compra do caixão, ou destina cota de R$ 16.500 para ressarcimento à família dos gastos efetuados. E tem mais, o texto ainda possibilita bancar as despesas funerais até mesmo de ex-deputados. Que maravilha!
Claro que esse projeto já foi aprovado por unanimidade pela Mesa da Câmara. Ou seria por todos os futuros defuntos? Para entrar em vigor, o projeto tem que ser aprovado no plenário da Casa.
Segundo o senhor Sampaio de Almeida, esse projeto será discutido “abertamente” pelo plenário da Casa. Que beleza!
Ainda segundo o jornal, além de 15 salários anuais de R$ 16.500, os deputados recebem mensalmente auxílio-moradia (R$ 3.000), cota postal e telefônica (R$ 4.200), verba para contratação de assessores (R$ 60 mil), verba para manutenção de escritórios nos Estados (R$ 15 mil) a cota para aquisição de passagens aéreas (varia de R$ 4.400 a R$ 17,6 mil).
Viu só, quem manda você não nascer na Europa?
Pior ainda, quem manda nascer pobre, assalariado, não fazer parte de nenhum movimento de Sem Terra, Sem teto ou Sem Comida, e ainda por cima VOTAR.
Quer uma opção?
Pega ai um caderninho e anota o nome desses políticos brilhantes, faça um adesivo e mande colar em todos os lugares, confeccione faixas e bandeiras e mexa-se.
Se não der certo na eleição de 2008, não desista, insista, vamos gravar nas nossas mentes e semear as sementes para que as futuras gerações aprendam com nossos erros.
E comece a torcer desde já para que eles não façam a “Emenda do Filho Pródigo”, ou seja, antecipem a grana para que o MORTO goze em vida do tal beneficio.
texto: Etelvina de Oliveira



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