segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Poema

Das eras avivadas na memória, o teu nome
É que busco tecê-lo nos desejos desse amor...
Em cada poro do meu corpo estás e consome
Se em cada palmo do teu corpo eu estou...

Doce ira, a metade de ti ao extremo
É selvagem, é luz e fogo do desatino!
Para que não te perca eu te cavalgo
Com espora e rédea sob meu domínio.

Loba de mim, no amor, o coração eleito
Por encarnações afora e na paixão vivida
Ao cio do desejo, tua mão afaga-me o peito
Em um sorriso, um olhar, uma frase perdida...

Eu te debelo com o teu perfume ímpio,
A espora te fere, a rédea te retém e freia
Para soltar-te no deserto do azul limpo
Iluminando o horizonte que ti sombreia...

No aclive das horas no debrum azulado
A lua da aurora nos visita e sai do casulo
Com asas translúcidas do céu encurtado,
Fia! Na cobiça, eu viro sucuri, te engulo...

O Sibarita
18/12/09


Noites...

Por amor deste amor, entre o amor e teus sutis toques
Manda-me notícias tuas, desse tempo, assim, sem mim
E, negue-me o sorriso, os lábios. Negue-me os bosques,
Negue-me auras o ar, os desejos se eu de ti me esqueci.

Eu sei que ávido, o amor, em chamas dos anseios puros
Calcina-me no teu seio de fogo pousado em céu distante.
Mas, ah! Penso em ti, ouço-te e no teu espelho eu surjo
Toco-te a face na vigília da noite em beijos flamejantes...

Ao murmúrio do amor, o teu coração, se erguerá sem véus
E na confluência dos ventos, acendo a lua, ascendo ao céu,
Na glória, esculpo o tempo na aurora sob as orlas dos dias...

Mando-te uma flor, roubo-te um beijo e tudo se diz no infinito
Fica no meu peito, como no amor, o teu nome sem precipícios
Desta estação em que me encontro na solidão das noites frias...

O Sibarita
19/12/09

Céu e Lua.

Ah, essas pétalas de sentimentos nesses instantes
Em que, céu e lua, refletem/defletem nos espelhos...
Brincam, se banham de amor em toques fumegantes
Sob a noite aguçada no perfume de plenos desejos...

A teia da sedução e os momentos orvalham a aurora
Assim, se despe a vida do teu castelo belicoso e dorido.
Mas, o amor, sim, age, toma o coração, o amor é glória
Entoando aleluias nas manhãs nascentes do teu sorriso...

No teu olhar de sol amaranto, âncora acesa do coração
Oh lua, há doçuras e recifes habitados no teu cotidiano
É, do teu rochedo, nascem desejos, violinos e canções...

Louvemos as estações dos uis e ais ecoando aqui e ai
No bálsamo do viver sem o limite, em estado de graça
Em que somos céu e lua no vulcão de mim dentro de ti...

O Sibarita
27/11/09


Dias...

Mas, não sei... Sei? O tempo é bala perdida
E não existe hora certa, existem os dias idos
Lembrando que há vida aqui para ser vivida
Na plenitude sobre o rosto dos precipícios...

Ah, eu falo do homem desconhecido, prosaico
Por entre coral e rochedo num mar de arregaça
Quando a fome, a miséria é o tic-tac dos assaltos
Assim, a vida, escorre nos instantes que se passa...

Não importa o que não se viveu se o tempo é insônia,
É roxo funesto! Ai Deus, tempestade em lágrimas de sal
Na solidão de ásperas clausuras afogando a babilônia...

A morte explode nas balas e fim. Corações em fatias!
O que houve da vida que não se viveu? Na amargura,
Recitemos os desertos, o ódio e os medos dos dias...

O Sibarita
20/11/09

Tsunami

Manda-me dizer da lua cheia no brilho das marés,
Se o amor busca em ti a fúria da paixão revestida
De todos os anseios de que somos viáveis sem viés
É que no brilho da tua face há vida para ser vivida...

Da janela dos teus olhos eu sorvo a seiva do sol
Refaço rumos pelos debruns da tarde em desejo
Depois do amor, depois de macerado pelo amor
Voltarei à tarde, à noite para roubar-te um beijo...

Meu tsunami há tempo tu me levas de roldão, cismo!
Com mel e flor de oásis por trás dos meus desertos,
No infinito, miragens de ti em rútilos versos do imo
Acendem todas as auroras dizimando crepúsculos...

E dos teus espelhos manda-me buscar se tens o dia,
Diz-me no fogo do coração, do amor e bem querer
Se é verdade que sem mim o tempo é de nostalgia
Que revestido de luz em puro desejo volto a te ver...

Eu me entregarei nas tuas chamas ardentes noites adentro,
Mas, escutai as ondas e a aragem. Olhai as tardes e o mar
Que nesta hora o verão floresce, sopra o frescor dos ventos
E dos meus lábios beijados de ti, ouvirá: é lua nova em Jauá !

O Sibarita
08/11/09

4 comentários:

Deusa Odoyá disse...

Olá Etelvina.
Mais uma bela homenagem!
Quem o conhece sabe a grandeza de seu coração.
beijinhos e uma semana iluminada com muita paz e luz.
sua amiga.
regina Coeli.

Uma aprendiz disse...

Pelos textos dá para imaginar que seja especial mesmo.

Imagine pessoalmente?


Beijos, Regina

O Sibarita disse...

Beleza moça! Não sei como lhe agradecer essa sua boa vontade!

Obrigado mesmo!

bjs
O Sibarita

Uma aprendiz disse...

Oi, Sibarita

continue escrevendo e eu continuo publicando aqui.kkkkkkkkkkkkk