Das eras avivadas na memória, o teu nome
É que busco tecê-lo nos desejos desse amor...
Em cada poro do meu corpo estás e consome
Se em cada palmo do teu corpo eu estou...
Doce ira, a metade de ti ao extremo
É selvagem, é luz e fogo do desatino!
Para que não te perca eu te cavalgo
Com espora e rédea sob meu domínio.
Loba de mim, no amor, o coração eleito
Por encarnações afora e na paixão vivida
Ao cio do desejo, tua mão afaga-me o peito
Em um sorriso, um olhar, uma frase perdida...
Eu te debelo com o teu perfume ímpio,
A espora te fere, a rédea te retém e freia
Para soltar-te no deserto do azul limpo
Iluminando o horizonte que ti sombreia...
No aclive das horas no debrum azulado
A lua da aurora nos visita e sai do casulo
Com asas translúcidas do céu encurtado,
Fia! Na cobiça, eu viro sucuri, te engulo...
O Sibarita
18/12/09
Noites...
Por amor deste amor, entre o amor e teus sutis toques
Manda-me notícias tuas, desse tempo, assim, sem mim
E, negue-me o sorriso, os lábios. Negue-me os bosques,
Negue-me auras o ar, os desejos se eu de ti me esqueci.
Eu sei que ávido, o amor, em chamas dos anseios puros
Calcina-me no teu seio de fogo pousado em céu distante.
Mas, ah! Penso em ti, ouço-te e no teu espelho eu surjo
Toco-te a face na vigília da noite em beijos flamejantes...
Ao murmúrio do amor, o teu coração, se erguerá sem véus
E na confluência dos ventos, acendo a lua, ascendo ao céu,
Na glória, esculpo o tempo na aurora sob as orlas dos dias...
Mando-te uma flor, roubo-te um beijo e tudo se diz no infinito
Fica no meu peito, como no amor, o teu nome sem precipícios
Desta estação em que me encontro na solidão das noites frias...
O Sibarita
19/12/09
Céu e Lua.
Ah, essas pétalas de sentimentos nesses instantes
Em que, céu e lua, refletem/defletem nos espelhos...
Brincam, se banham de amor em toques fumegantes
Sob a noite aguçada no perfume de plenos desejos...
A teia da sedução e os momentos orvalham a aurora
Assim, se despe a vida do teu castelo belicoso e dorido.
Mas, o amor, sim, age, toma o coração, o amor é glória
Entoando aleluias nas manhãs nascentes do teu sorriso...
No teu olhar de sol amaranto, âncora acesa do coração
Oh lua, há doçuras e recifes habitados no teu cotidiano
É, do teu rochedo, nascem desejos, violinos e canções...
Louvemos as estações dos uis e ais ecoando aqui e ai
No bálsamo do viver sem o limite, em estado de graça
Em que somos céu e lua no vulcão de mim dentro de ti...
O Sibarita
27/11/09
Dias...
Mas, não sei... Sei? O tempo é bala perdida
E não existe hora certa, existem os dias idos
Lembrando que há vida aqui para ser vivida
Na plenitude sobre o rosto dos precipícios...
Ah, eu falo do homem desconhecido, prosaico
Por entre coral e rochedo num mar de arregaça
Quando a fome, a miséria é o tic-tac dos assaltos
Assim, a vida, escorre nos instantes que se passa...
Não importa o que não se viveu se o tempo é insônia,
É roxo funesto! Ai Deus, tempestade em lágrimas de sal
Na solidão de ásperas clausuras afogando a babilônia...
A morte explode nas balas e fim. Corações em fatias!
O que houve da vida que não se viveu? Na amargura,
Recitemos os desertos, o ódio e os medos dos dias...
O Sibarita
20/11/09
Tsunami
Manda-me dizer da lua cheia no brilho das marés,
Se o amor busca em ti a fúria da paixão revestida
De todos os anseios de que somos viáveis sem viés
É que no brilho da tua face há vida para ser vivida...
Da janela dos teus olhos eu sorvo a seiva do sol
Refaço rumos pelos debruns da tarde em desejo
Depois do amor, depois de macerado pelo amor
Voltarei à tarde, à noite para roubar-te um beijo...
Meu tsunami há tempo tu me levas de roldão, cismo!
Com mel e flor de oásis por trás dos meus desertos,
No infinito, miragens de ti em rútilos versos do imo
Acendem todas as auroras dizimando crepúsculos...
E dos teus espelhos manda-me buscar se tens o dia,
Diz-me no fogo do coração, do amor e bem querer
Se é verdade que sem mim o tempo é de nostalgia
Que revestido de luz em puro desejo volto a te ver...
Eu me entregarei nas tuas chamas ardentes noites adentro,
Mas, escutai as ondas e a aragem. Olhai as tardes e o mar
Que nesta hora o verão floresce, sopra o frescor dos ventos
E dos meus lábios beijados de ti, ouvirá: é lua nova em Jauá !
O Sibarita
08/11/09
4 comentários:
Olá Etelvina.
Mais uma bela homenagem!
Quem o conhece sabe a grandeza de seu coração.
beijinhos e uma semana iluminada com muita paz e luz.
sua amiga.
regina Coeli.
Pelos textos dá para imaginar que seja especial mesmo.
Imagine pessoalmente?
Beijos, Regina
Beleza moça! Não sei como lhe agradecer essa sua boa vontade!
Obrigado mesmo!
bjs
O Sibarita
Oi, Sibarita
continue escrevendo e eu continuo publicando aqui.kkkkkkkkkkkkk
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