quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Enigma

Que o amor à forma fecunda os momentos,
A promessa enfeita, rejeita o céu amoroso.
Nesse vago passado e presente vira templo,
Ao coração a vida cinde o ar seco e poroso...

Nada se explica aos versos polidos no vazio,
Soltos, suspensos em réstia de tempestades
Naquelas enormes nuvens sob um céu frio
Congelando nossa essência na intensidade...

Cortando a razão a volúpia se esvai pelo viés,
Por ti, os versos se perdoam, beijam o chão
Dos teus pés e louvam... Tu que és e não és
Enigma galopando tédio, paraíso e solidão...

Ai Deus! Se assim é, nos céus da Bahia
Do amor no teu seio eu clamo aos santos,
Acendo uma vela candeiando toda trilha
Aos defuntos desejos dos entre tantos...

No delírio, beber o mel no azul da tua boca
E por entre trovões e punhais das antíteses
Ser a cobiça dos teus lábios na agonia louca
Do fazer de contas viajando na maionese...

Na tua penteadeira,
Espelhos temporais,
E flores debruadas
Em jarros chineses
Do Paraguai!
Na tua cama,
Nenhum eco
Dos uis e aís...



Texto: do nosso saudoso amigo Nhca

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