sábado, 1 de novembro de 2008

Lágrimas Ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que rí e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi outras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,

Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Texto: Florbela Espanca

6 comentários:

O Sibarita disse...

Rapaaaazz! kkk A Florbela dispensa comentários, quem sou eu para faze-lo?

Agora, que é essa poesia diz, diz sim e muito... kkkkk

bjs
O Sibarita

Yára disse...

Você sabia que antes da Florbela escrever esses versos ela conversou comigo??? Por isso ela escreveu essa palavras, ela me retratou!!! Com a diferença que ela nos versos foi sutil e eu... bem você sabe, as lágrimas pulavam dos olhos.

Etelvina disse...

Oi, Sibarita

Essa mulher é que sabia das coisas. kkkkk


beijo paulista na testa

Etelvina disse...

Oi, Yára

Sabe que te reconheci nos versos! kkkkkkkk



beijos amiga

Deusa Odoyá disse...

Olá amiga, linda.
Quem sou eu a comentar Florbela?
Nem pensar.
A poesia está muito linda.
beijos amiga.
Uma semana repleta de muita paz e amor.
Regina Coeli.

Uma aprendiz disse...

Obrigada, Regina


Continue me visitando, viu?

Adorei.



beijos