quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Série: Grandes amigos (Alvaro Oliveira)


Parti!...
Para lá do mar,
Levado em sonho
De amor e saudade.
Na alma,
Levei uma esperança
E a doce lembrança
De te encontrar.
Parti!...
Nas asas do pensamento,
Mais veloz
Do que o vento,
Na ânsia
De te alcançar.
Passei dias
Ao sol e ao vento,
Passei noites,
Olhando o céu,
Dormindo ao luar,
Sob chuva de estrelas.
Despertei
Nas madrugadas
Frias e vazias
Pensando em ti.
Aportei no cais
Do teu coração,
No calor
Dos teus braços
Aliviei meus cansaços.
Na luz do teu olhar,
Na beleza do teu rosto,
No beijo da tua boca,
Saciei minha sede
De anseio e desejo!
***
**
*

2010/01/15

Homenagem ao amigo e poeta Alvaro Oliveira
Visitem o bog: http://alvarooliveira-poesia.blogspot.com/

domingo, 24 de janeiro de 2010

Série: Grandes amigos (Avassaladora)

Desamar...!

Quero falar de desamar...
O inverso de amar!!!
Desamar é quanto todo o encanto se esvai...
O jardim do Edém se transforma em planeta terra...
Deuses do Olimpo se tronsformam em pobres mortais...
Vênus e Apolo se transforma em uma mulher e um homem comum...
Sininhos param de tocar...
Borboletas param de fazer cócegas no estômago!
O coração para de vir a garganta toda vez que "ele" se aproxima...
Não importa qual forma de aproximação...
As músicas param de ter sentido...
Antes, cada música tocada, ou ouvida,
era como se tivesse sido feita sob medida...
Poesias eram buscadas e lidas com sofreguidão...
Foram escritas para mim!!!

Desamar...!
Constatar que o ser amado perdeu o brilho...
Perdeu o encanto...
perdeu a graça...
Perdeu o charme...
A lua já não brilha mais como antes...
As estrelas não cintilam...!
O sol...
Existe sol???
As flores perderam o colorido...
A sinfonia dos pássaros ao amanhecer perdeu a beleza...

Desamar...!
Um buraco negro dentro do peito!
Uma lacuna impreenchivel dentro da gente!
Uma sensação de perda indescritível!
Um olhar vago pela janela!
Um olhar pra lugar nenhum!

Desamar...!
As farras perdem a graça...
O vinho perde o sabor...
A cerveja fica ácida...
O whisky fica amargo...
No carteado...não importa se ganha ou se perde...

Desamar...!
Não importa mais o toque do telefone..
Perde-se o interesse pelo computador...
Não se tem vontade de atualizar o orkut...
Não se tem mais pressa de ver os e-mails...
Não se tem urgência de abrir o msn...
Não se tem vontade de acordar de madrugada
para ver se encontra "aquela pessoa"...

Desamar...!
Aquela lingerie sexy fica esquecida ...
Aquela roupa que te deixa linda, não importa mais...
A manicure passa a ser um item supérfluo...
Pintar os cabelos... Para que?
Todo aquele ritual de se preparar pra pessoa amada morre de morte súbita?!
E um descaso geral se podera sem dó...!

Desamar...!
Acabou-se o tesão!!!

Ava

Homenagem a amiga e poetisa Ava
Publicado em 31/12/2008, no blog
http://avassaladora-minhasvidas.blogspot.com

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Série: Grandes amigos (Sibarita)



Melancolia

Flor de primavera por que despetalar por um peregrino,
Será mártir ou heroína do amor venal na grande cidade?
Oh, cobre-te de pudor que o acaso é chumbo derretido
Incinerando o aroma virgem da tua essência, é felicidade?

Dizes tu! Dentre a marcha pelas ruas e casa despudorada
Morreu, ali, a bela flor tão singela no deleite arquitetado?
Atroz destino por entre um banheiro e uma alcova ideada
E, sem lucidez, a vida no gume da espada, oculto e afiado...

O beijo libertino aguçou nos teus lábios o dulçor leviano
E no sal dos dias o que invade sem amor é cruz, é tédio.
Fita o céu ateado na flama vil do ósculo ardente, insano,
Matas-te a sede? Chora! O teu remorso é sem remédio!

O que te faz mulher é vir a ser tudo? É preciso não ser nada?
Quebrado o adormecido cristal, os cacos, não se recompõem
A consciência destilará dor e solidão da alma, agora, penada
Na aflição da perda na horizontal, peso largo e leve supõe...

Os desejos gemeram névoas divagando olhares, cismo!
Já, meu bem, já me parece que a realidade corre por si
Ora vindo, ora afastando do que era céu, hoje, abismo,
Buscai, então, os lenitivos, levanta! Trajei o sol para ti...

Perguntar-te-ei. O caminho das pedras trouxe felicidade?
É, o prateado cinza transladava por avenidas a inocência
Do teu fogo aberto e especifico fugindo da tua realidade
Nos ilusórios carinhos broxados na flor sem resistência...

Tu deixaste a inocência, teu reino, agora, são melancolias
O mundo do acaso é o teu chão, pendulo dos desenganos
De quem vê, ouve na própria reveladora luz dos teus dias,
Ao vento voa veloz o véu na lua emergindo as tuas agonias...

O “eu te amo” que gritavas, ó Deus! Zombastes sem piedade,
Calcinando a paixão. Cruel! Mataste-me com estocada certeira
Teu gritar era de sal com retalhos de açucenas, dura realidade!
Quem do abismo te evocou? Dize-me! Eu te queria por inteira...

É manto ou véu que te abriga, ó casta, serena, hoje, errante?
Sei, há no teu seio a maciez do fel no amargor do meu coração,
Naquele leito partilhado, o obscuro amor, fez da noite amante
O apocalipse de férvidos sonhos e amor na inocente paixão...

Do profundo abismo que tu mesma criaste, eu devolvo
As dores e lágrimas que me cravaste por dias sem fim.
Das luas e dos sóis no teu coração fincados, eu removo
E por secura, solidão, fervor, agonias clamarás em mim!


O Sibarita


Homenagem ao amigo e poeta Siba.
Visitem: http://www.osibarita.blogspot.com/

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domingo, 10 de janeiro de 2010

S.O.S.

Confesso: não sei nadar.
Me contentava em observar a água de longe.
Da borda, via os que se divertiam ou sofriam
Molhava apenas os artelhos.
Insegura. Sonhadora. Deslumbrada.

O encanto do mar me roubou o siso.
Fechei meus os olhos. Sumiu o risco.
Caminhei por entre as pedras.
E me molhei um pouco mais.
Agora era paixão. Desejos.

O mar, todo sedução, me cobriu o corpo.
Enquanto suas ondas ainda beijam a praia.
Apavorei! Gritei até perder a voz.
Se escutastes, com certeza não ouviu.
Agitei as mãos, pedi, insisti, chorei.

Quem sobreviveu, não vê em ti arrependimento.
Nem o som que sai te tí é inocente.
Responda-me: Há, ou houve, em tí amor por quem cativas?
Ou é só prazer de possuir por breve instante
E depois lançar à praia os corações sem vida?

Aquele que nos criou nos observa.
E virá dele as respostas.
Sé há injustiça ou engano.
Ele secará os prantos e acalmará as águas devoradoras.
Mas, por amor, ou por misericórdia, lança-me hoje a bóia que lhe pedi.


10/01/10