Entre ti, em ti, eu me perco, ando sobre arrecifes, sobre feras
Na travessia do silêncio, no olhar perdido, distante, sombrio
Percorrendo os sentidos de quem partiu ou de quem espera
E na porta do meu peito, uma saudade do tamanho de um rio...
Olhando os dias o meu coração estendido no varal do amor
Procura o sol do teu olhar enquanto versos surgem a esmo
Naquela aflição enorme, sem tamanho, sem direção e na flor
Do silêncio dessas noites me afogo no mar de mim mesmo...
Entretanto, eu quero um soneto absoluto cheio de realidade
De forma perene na fúria das palavras, sangrando desespero
Se tua paixão deságua no esquecimento ou na dor da saudade
Oh, contempla, amada, o flanco da lívida aurora sem rumo
Do azul destes versos no salmo de louvor que seca os lábios
Clamo, e clamas em mim! Desejos e sol em nossos resumos...
O Sibarita
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