quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Que Peppa é essa?

Não tenho mais crianças em casa. Nem netos. Mas já sou tia avó.

Desta nova geração, os irmãos: Nicole (5 anos) e  Guilherme (2 anos) são os caçulas da família.

Aliás, geração antenada com o avanço da tecnologia e nos surpreende com sua inteligência avançada. Precisamos correr para alcançá-los. 

Já aposentaram os DVDs e tudo agora é pela TV a cabo ou via net. Quando se fala em desenho, mais do quê de pressa, os dedinhos do Guilherme digitam o canal da Discovery Kids para assistir a "Pepa". Dá para acreditar? Ele já sabe os canais de desenho.

E quem convence um garoto de 2 anos que a Peppa não fica 24 horas à disposição dos seus dedinhos?  

Pelo que soube, atualmente, essa família de porquinhos rosa é o campeã na preferencia das crianças abaixo de 7 anos. 

Enfim, como toda tia coruja, passei em uma banca de bonecos de pelúcia e não resisti: comprei um pra cada. Uma besteira mas o sorriso deles valeu a pena.

Nicole agarrou a sua e se programou para levá-la pra escolinha no "dia dos brinquedos" e o Gui se acomodou no sofá abraçado com o seu.

- Gostou da Peppa, Gui?
- Não é Peppa, tia, é o GEORGEEEEEE.

Não é uma graça? 
Santa ignorância a minha.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

FIM DA FOFOCA E DA TERAPIA

Com o advento da comunicação instantânea proporcionada pelos celulares e internet, a fofoca foi aposentada. O segredo perdeu sua função, ouve-se de tudo. Basta estar próximo de alguém falando ao celular, seja na rua, transporte coletivo ou mesa de restaurantes. Isso sem falar naqueles que usam fone de ouvido para se comunicar. Temos a impressão que estão todos loucos, falando como zumbis. 

Para aqueles que adoram cuidar da vida alheia é só se conectar com a internet. Privacidade não existe mais. Se posta vídeos com pessoas morrendo baleada, produtos de roubo, pessoas se agredindo, cenas de sexo, fotos no banheiro, tomando banho, fazendo beicinhos e boquinhas. Conta-se detalhes pessoais, briga-se com amigos e familiar critica-se fulano e sicrano. Fala-se da própria mãe e a mãe do outro. Combina-se encontros macabros com a finalidade de agredir torcedores, partidários políticos, destruir patrimônio público e privado, queimar ônibus e, até, para fazer justiça com as próprias mãos.

Atualmente, quem compartilha a vida virtual acaba se colocando como juiz, dono da verdade e justiceiro.

Quantos relacionamentos foram desgastados por comentários postados na net? Quantos não se falam mais? Quantos tiraram as máscaras do racismo e do preconceito? Outros tantos continuam alfinetando "subliminarmente" ou com uma simples "curtida". 

Que saudades da máquina de escrever, dos orelhões dos telefones com disco e com fio. Que saudades do bate-papo no portão, na praça. Dos abraços, dos beijos, das visitas inesperadas. Cadê a surpresa? Tudo se acerta pela facebook, skype ou zap.

Se houver um apagão o planeta para. 

Não estou fazendo apologia ao suicídio virtual, basta BOM SENSO. Coloque-se no lugar do outro e NÃO COMPARTILHE o que sua mãe não gostaria de ler/ver SE A VÍTIMA FOSSE VOCÊ ou alguém conhecido. Sentir a vergonha do outro faz bem.

Lembre-se: terapia se faz em consultórios não virtualmente.